Bloco de três | Livros que me fizeram chorar

Olá, leitores!

Há algum tempo quero abrir essa coluna no blog. A ideia principal é fazer uma listinha com três itens que se liguem por uma temática específica, podendo ser livros, filmes e aleatoriedades da vida.

Hoje trouxe três livros que me fizeram chorar de VERDADE, não foi só aquela bad vibe ou sentimento forte. Eu literalmente parei a leitura para chorar porque estava sem estrutura para continuar.

IMG_20200411_181633253

  1. Desde o ano passado que estou relendo Harry Potter aos poucos, mais ou menos um livro a cada dois meses (projeto super descompromissado, sem cronograma ou coisas do gênero), ontem concluí a leitura do Enigma do Príncipe, o sexto livro da série, e me peguei chorando na mesmíssima cena de anos atrás, a morte de Dumbledore.
    Mesmo conhecendo toda a história e os motivos daquela cena, é sempre muito chocante pensar na perspectiva do Harry, que tinha o diretor da escola como principal mentor no mundo bruxo e o vir sendo traído por alguém a quem confiava.
    *
  2. “O diário de Anne Frank” por si só não me fez chorar, mesmo acompanhando a precariedade em que sua família vivia no esconderijo. Me encantei pela personalidade de Anne e sua determinação nos estudos e pelos seus pensamentos emancipados, inclusive já fiz resenha sobre ele AQUI. O que me fez chorar foi o posfácio dessa edição, que contou de maneira sucinta o que aconteceu com cada um dos integrantes do esconderijo após a última página do diário.
    Depois disso, fui pesquisar sobre a vida de Anne e procurar fotos do museu que preserva as memórias da jovem. Esse livro, ainda, tem um quê de polêmica, uma vez que inicialmente o pai da Anne não deixou que todas as partes fossem publicadas e chegou a ser proibido em alguns países, isso tudo por conta das cenas de descoberta sexual na menina, que, infelizmente, ainda é um tabu para muitas pessoas.
    *
  3. O primeiro livro que me fez chorar feito uma criancinha foi “A princesinha”, de Frances H. Burnett (mesma autora de ‘O jardim secreto’), que foi publicado no Brasil em 1996 pela Editora 34. Essa história ganhou uma adaptação homônima em 1995 sob direção de Alfonso Cuarón e passava bastante a tarde na TV aberta no final da década de 90 e início dos anos 2000.
    Eu já chorava horrores assistindo ao filme e quando tive a oportunidade de ler essa obra chorei 500 vezes mais porque ele consegue ser muito mais triste, eu precisava fechar o livro e expurgar minha tristeza por uns 10 minutos antes de retomar a leitura, rs. Confesso que falando sobre ele agora, até me deu vontade de reviver essa leitura da minha adolescência (será que eu chorarei tanto assim lendo hoje?).
    Essa história ressalta, para além de tudo, a importância da imaginação na vida das crianças.
    *

Acho que “O quinze”, da Rachel de Queiroz foi o único livro que bateu “A princesinha” no nível de tristeza e de choro. Isso porque a história tem como pano de fundo a seca de 15, que realmente aconteceu aqui no Ceará e ler relatos, mesmo que sejam ficção, de pessoas migrando em busca de sobreviver enquanto a terra, os animais e seus parentes morrem de fome e de sede foi MUITO doloroso.

Olha só, acabei indicando um a mais, mas não tem problema, me conta aí se vocês já choraram lendo algum livro, se sim, qual?

Três romances para refletir sobre a condição feminina

Olá, leitores!

Hoje trouxe para vocês uma listinha rápida com dicas de romances para ler e refletir sobre um tema que está muito presente no nosso cotidiano.

Todos os dias é possível ver casos de feminicídio nos jornais, barbáries inigualáveis. A mulher, por ser fisicamente mais frágil e, por vezes, ter o seu lugar de fala cortado pelo machismo cotidiano ou sofrer abusos psicológicos e emocionais em relacionamentos nada saudáveis. Pensando nisso, trouxe aqui a indicação de três romances para ilustrar como a vida de muitas mulheres pode ser devastada sem a força da luta (e das conquistas) das mulheres.

1. A cidade do Sol, de Khaled Hosseini

a_cidade_do_sol_1295553285bA cidade do Sol é forte e marcante, traz a história de duas mulheres que cresceram de forma diferente, uma era incentivada pelo pai a estudar e a sonhar com o futuro, a outra era uma filha bastarda que passou a infância escondida para não manchar o nome do pai. Elas se encontram em condições adversas, durante a guerra no Afeganistão, e passam a compartilhar o mesmo teto, sofrendo física e emocionalmente num país em que as mulheres não possuem voz e precisam andar de burca nas ruas.

Falei sobre esse livro AQUI.

2. Hibisco Roxo, de Chimamanda Gnozi Adichie

hibisco_roxo_1384015895bChimamanda é mais conhecida pelos seus dois manifestos Sejamos todos feministas e Para educar crianças feministas. Em Hibisco Roxo a autora nos apresenta uma família nigeriana com suas tradições e a influência do cristianismo na cultura deles. É pesada a forma como a religiosidade exagerada pode varrer a vida de uma mulher para debaixo do tapete e fingir que não há nada acontecendo.

Falei sobre ele AQUI.

 

 

3. O conto da Aia, de Margaret Atwood

o_conto_da_aia_14955647998256sk1495564800bO conto da Aia ficou conhecido principalmente após a adaptação como série e repercutiu bastante durante as últimas eleições brasileiras. Uma distopia que levanta a temática de como as mulheres, em geral, são as primeiras a ter seus direitos retirados em momentos de crise e, novamente, como a religiosidade tenta apagá-las.

Falei sobre a obra AQUI.

 

 

 

Então, é isso, histórias de mulheres afegãs e nigerianas, bem como uma ficção sobre até onde as atrocidades machista-religiosas podem chegar.

É válido ressaltar que esses não são os únicos e podem não ser os melhores, a lista foi criada com base nos livros que eu li. Então o post fica aberto caso você queira acrescentar mais títulos nos comentários para que eu e os outros leitores possam conhecer mais obras do gênero. 😉