Para educar crianças feministas é um manifesto curtinho, como o Sejamos todos feministas, que traz algumas dicas que a Chimamanda deu à uma amiga que pediu conselhos de como educar a filha para ser feminista.
O resultado foi uma carta sincera que vai além de sugestões, pois apresenta recortes sociais imbuídos de machismo que as vezes nem percebemos. Ao final a autora foi além ensinar a educar crianças feministas, pois ajuda aos adultos na sua constante desconstrução para apoiar o feminismo.
Alguns elementos aqui apresentados já me incomodavam, como o uso da expressão “ajudar” quando as pessoas se referem aos homens realizando tarefas domésticas por exemplo, e tantos outros me foram revelados, como o quanto nossa linguagem é carregada de construções machistas.
A base para o bem-estar de uma mulher não pode se resumir à condescendência masculina. P. 29
Apesar de já ter ganho bastante espaço, a mulher ainda sofre preconceitos diários que são fortalecidos desde a infância, como uma criação em que meninas não podem fazer uma série de coisas, enquanto que os meninos podem se aventurar mais. Garotas que crescem achando que devem ser boazinhas, obedientes e procurar um marido, enquanto que os garotos crescem entendendo que precisam prover o sustento da casa e ser respeitados.
Essas sutilezas na educação das crianças repercutem em analogias sérias na vida adulta de que mulheres são incapazes de algumas tarefas, de que elas devem ser comportadinhas e bonitinhas e tantas outras coisas. Aqui é que entra a importância do que você ensina aos seus filhos e da maneira como você fala com eles e como apresenta o mundo.
Mesmo culturas que esperam que as mulheres sejam sexy – como muitas no Ocidente -, não esperam que elas sejam sexuais. P.67.
Para educar crianças feministas não é indicado apenas para quem quer ter filhos, mas para todos que se interessam pelo tema feminismo.
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