#bloganuary | Sou futurista?

Sugestão de escrita diária
Você passa mais tempo pensando no futuro ou no passado? Por quê?

Carros voadores, roupas prateadas e água e oxigênio limpo como principais moedas. Penso mais no futuro, mas não é nisso que eu penso, embora a parte da água e oxigênio seja verdade.

Sou naturalmente uma planejadora, que a metodologia DISC descreve como:

Os planejadores gostam de rotina, disciplina e segurança. São pessoas calmas, prudentes e autocontroladas, que seguem as regras estabelecidas com muita facilidade. Usam o bom-senso para tomar as decisões e possuem um ritmo próprio para fazer isso. São flexíveis, pacientes, observadoras, geralmente passivas e possuem excelente memória. Profissionalmente, antes de executar uma tarefa, eles planejam a melhor forma de fazer.
Fonte: https://tangerino.com.br/blog/perfil-planejador/

Na minha vida pessoal, gosto de rotina, de saber o que vou comer em cada dia, planejo minhas aulas (sou excelente em EAD), faço listas para tudo e a metodologia Bullet Journal é perfeita para unir criatividade-planejamento-escrita.

No trabalho, sou ótima para desenhar projetos, cumprir prazos, sou pacifista e política, tenho boas relações e ajudo sempre que possível com meu lado criativo até mesmo nos outros setores.

O autoconhecimento é uma bênção, nos permite aproveitar nosso melhor em vários aspectos.

Quanto vale o seu tempo?, de Fábio Ennor Fernandes

A proposta inicial do livro me encantou, o autor começou esclarecendo que ele sempre quis aproveitar os bons momentos da vida e ficava chateado quando o trabalho tomava a maior parte do tempo dele, além de obrigá-lo a acordar cedo (o Fábio tem até uma linha de artigos com 9 a.m clube, fazendo uma referência ao 5 a.m club), então ele pensou na seguinte solução: vou procurar trabalhos que me permitam o máximo de tempo livre possível.

Parece maravilhoso, não?!

Em boa parte do livro, achei que fosse sim possível para reles mortais como eu alcançar tal feito, mas do meio pro fim percebi que é mais um incentivador do “seja empreendedor”, “seja o dono do seu próprio negócio”, etc.

Mas o livro não é assim de todo mal. Retirei um tripé de ensinamentos, como:

  1. Momentum Mori
    O autor não usou o momentum mori em si, que é a lembrança da mortalidade para reflexão da vida, mas ele tem como princípio algo parecido, porém mais goodvibe, que é olhar pra própria vida como se tivesse 104 anos e analisar se a vida dele hoje irá orgulhá-lo de ter vivido ou enchê-lo de arrependimento por ter deixado a vida passar.
    Além de olhar pra trás, é importante cuidar de si para chegar aos 104! O cuidado com a saúde é fator importante para a qualidade de vida de hoje e de amanhã.
  2. Não tá bom? Muda! Não reclama!
    A grande filosofia de vida do autor é não reclamar. Se algo o incomoda, ele muda, mas não reclama.
    Ele trouxe até mesmo uma reflexão sobre o quanto uma pessoa reclamona intoxica o ambiente e deixa as pessoas ao seu redor com uma péssima sensação.
  3. Dia perfeito – quanto custa – plano de ação
    Para alcançar o estado de plenitude de máximo de aproveitamento do seu dia, o Fábio Ennor propõe o seguinte: desenhe o seu dia perfeito (o dia perfeito de um dia normal, não das suas férias do sonho), depois veja quanto custa viver assim e, por fim, trace suas metas para ter o seu dia perfeito.
    Para o autor, o dia perfeito dele é poder acordar tarde, trabalhar um pouco com o que ele gosta, sair com os filhos, visitar uma tia, trabalhar mais um pouco no final da tarde e a noite estar com a família. Para tal, ele investiu em ações, casas alugadas, empresas e stratups para ter uma renda passiva e a sua renda ativa, que exige a sua presença para faturamento, é o mais divertida e livre possível, pois a partir do momento que não fizer mais sentido, ele terá a liberdade de mudar.
    Nesse ponto comecei a divergir da ideia do autor, para mim seria horrível trabalhar, sair para curtir algo, voltar a trabalhar, pois a falta de horário pré estabelecido me dá a sensação de que estou sempre no trabalho, com certeza eu ficaria com o sentimento de “eu deveria estar trabalhando”. Então meu dia perfeito seria semelhante a minha rotina de hoje, mas com a diferença de menos horas de trabalho por dia, com apenas 5 ou 6 horas de trabalho focado e o restante do dia livre para leitura, escrita, corrida de rua e aulinha de teclado. Eu sei quanto tenho que ganhar ter uma vida assim, mas é quase impossível eu comprar casas para alugar ou investir em empresas! Eu pago financiamento de casa da caixa, se eu tivesse essa renda para investir, com certeza teria quitado minha dívida primeiro, hahahha.

Duas perguntas que auxiliam na reflexão sobre o que seria um trabalho divertido ou como aproveitar melhor o seu dia é a seguinte: O que você faz quando não tem nada pra fazer? O que você faz mesmo que não receba por isso? Para mim, a resposta é bem simples: brincar com as palavras! A dupla leitura e escrita é o que preenche meu tempo livre com qualidade. Seja na escrita de blog ou no journal que mantenho.

Ao final das contas, essa leitura me trouxe bons questionamentos, me fez pensar e repensar alguns planos pro futuro. Tenho os pés no chão de quem nem tudo é tão simples como ele descreve, pois não tenho o espírito empreendedor e desinibido dele, hahah, mas cada pessoa tem o seu jeito, não é mesmo?!

Resumo de 2023 e perspectivas para 2024

Comecei o ano de 2023 com a meta de ler 24 livros, ou seja, 2 livros por mês, algo alcançável, porém desafiador, tendo em vista todas as mudanças que ocorreram nos meus hábitos de leitura, sendo a principal delas a minha mudança de emprego.

Essa questão do emprego “novo” se desenrolou ainda mais, pois mudei de área e agora eu sinto que tenho uma carreira a construir (até então sentia que tinha apenas empregos aleatórios), iniciei uma faculdade na área e estou fazendo duas formações enormes que demandam bastante tempo.

O trajeto para o trabalho, que antes era meu principal tempo dedicado à leitura, foi reduzido de 2 horas para 20 minutos. Parece que agora tenho mais tempo livre? Ledo engano, uma vez que antes eu tinha horário flexível e agora trabalho numa indústria altamente toyotista e cheia de cultura japonesa nos processos.

Mesmo diante desse rigor no trabalho, redução de tempo de leitura nos ônibus e inclusão de vários cursos para estudar, ainda consegui ler 36 obras (Incluindo HQs, Mangás e livros… Além dos materiais da faculdade que não foram contabilizados, é claro, mas se contar tudo TUDO mesmo, foram 56).

Então, vamos ao que interessa.

Melhores leituras

  1. Estatística: o que é, para que serve e como funciona?, do Charles Wheelan

    Se alguém me contasse há alguns anos que um livro de Estatística estaria entre as minhas melhores leituras do ano, eu riria como se não houvesse amanhã, mas a vida é uma caixinha de surpresas, não é mesmo?!
    Comecei a leitura dessa obra para ter um contato mais leve com os temas de estatísticas comuns na minha rotina de trabalho como Analista de Dados e acabei me apaixonando completamente pela minha área e pelas brincadeiras possíveis com os números.

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  2. A redoma de vidro, da Sylvia Plath

    Protelei essa leitura por muito tempo e me surpreendi com o quanto me identifiquei com a protagonista, que foi assunto desse artigo AQUI.

    Eu não tinha publicado nada em 2023 no blog até me deparar com esse livro, que me levou a escrever o artigo sobre Esther Greenwood acima linkado.

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  3. Aurora: o despertar da mulher exausta, de Marcela Ceribelli

    O podcast Bom dia, obvious foi minha grande descoberta do ano, pois vários episódios trouxeram as palavras necessárias que eu estava precisando para concretizar alguns pensamentos que vinham se construindo na minha cabeça, consegui dar nome aos bois a partir de então.

    Tirando a parte de acreditar em signos, a curiosidade e a avidez por conhecer as coisas fez com que eu me visse muitas vezes na Marcela e a maneira como ela consegue expor os medos femininos que estão dentro da gente e mostrar que isso é mais normal do que imaginamos foi um verdadeiro alento.

    Ao ler Aurora, parei para refletir sobre a glorificação do “ser ocupado” e quanto isso (ainda) me consome, identifiquei o meu perfil de impostora como uma mistura da Perfeccionista “sente-se impostora porque sua necessidade de controle e perfeição a faz acreditar que não é tão inteligente/capaz/amável quanto os outros pensam que é. Elogios a constrangem porque nunca está perfeito, sempre poderia ter sido melhor.” p. 115 com a Gênia “sente-se uma fraude simplesmente porque não acredita que seja naturalmente tão inteligente ou competente quanto deveria.” p.115.

    Durante essa leitura, levei pautas para discutir com os colegas de trabalho, como o papel da mulher boazinha, por exemplo, todos os capítulos renderam várias horas de reflexão e discussão, acabei fazendo um mini clube do livro sem que ninguém percebesse, hahaha.

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  4. Gen pés descalços, de Keiji Nakazawa

    Iniciei a leitura da série Gen, que se passa no Japão durante a Segunda Guerra Mundial, mais especificamente, no ano da bomba de Hiroshima e Nagazaki. É um mangá autobiográfico que traz a dura realidade da guerra sob a perspectiva de uma criança. Ainda estou lendo a série, que é bem triste, então acabo dando longas pausas entre um volume e outro.

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  5. A Psicologia Financeira, de Morgan Housel

    Iniciei o ano de 2023 lendo muitos livros sobre finanças e esse foi o que mais me tocou, principalmente por trazer a vibe de que não precisamos de muito para viver e foi o que me fez dar o start para começar a guardar dinheiro (que me ajudou MUITO durante a reforma que fiz aqui em casa, se não fosse por isso, teria passado sérios apuros financeiros).

    Ter uma vida financeiramente saudável é muito mais sobre psicologia do que sobre economia em si, uma vez que o endividamento geralmente começa quando a pessoa quer mostrar posses e acaba gastando mais do que o que ganha. Para manter os gastos dentro da margem orçamentária, é necessário ter uma cabeça centrada no que realmente precisamos.

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Como nem tudo são flores… Vamos falar também sobre os “nem tão bons assim”.

Piores Leituras

Para não esticar demais, serei sucinta. Minhas piores leituras foram: On the road, do Jack Kerouac, Garota Exemplar, de Gillian Flynn (falei os motivos lá no GoodReads), e o mangá Happiness (parei no primeiro volume).

Corrida

Tive um ótimo ano nas corridas de rua, subi em 6 pódios e bati meu Record Pessoal nos 5km (Itaitinga, completei em 23’02”) e nos 10km (Beira Mar de Fortaleza, completei em 49’59”), também fiz meus primeiros 15km em treino (Maranguape, completei em 1h23m09s).

Resoluções para 2024

No ano de 2023 doei muitos livros físicos para aliviar mais as prateleiras daqui de casa, nos últimos 2 anos, devo ter levado uns 500 livros ou mais para diferentes bibliotecas. Só no último mês foram mais de 100! Percebi o quanto estava me tornando uma acumuladora de livros, pois mesmo depois de ter tirado uma biblioteca inteira, ainda tenho tantos livros que não consigo nem organizar nas prateleiras que tenho no quarto.

Minha vontade mesmo era migrar 100% para uso de bibliotecas e kindle, mas ainda não tenho esse desprendimento para realizar tal feito, mas é algo que está no meu radar.

Da última limpeza que fiz, restaram apenas os clássicos, livros que tenho algum apego sentimental ou livros técnicos que preciso pra fazer alguma possível consulta por causa do trabalho. Com relação aos mangás, deixei apenas o Gen, o Punpun e o Monster (esse ainda preciso completar). Todos os outros que li apenas uma vez e que tinha zero vontade de reler foram para biblioteca.

Sobre as metas de leitura, não queria pensar em um número, mas como vou preencher o desafio de leitura no GoodReads, colocarei 24 novamente.

Você pode substituir o celular por…

Nesses dias vi um vídeo na internet que me fez refletir sobre meu tempo de leitura. O material era um vídeo rápido de tiktok que caiu na minha timeline do Instagram e o intuito era mostrar como seria a vida se tratássemos a leitura/ o livro como tratamos as redes sociais/ o celular.

O vídeo inicia com a pessoa pegando um livro assim que acorda, lendo enquanto come, parando o que estava fazendo para ler, abrindo um livro no meio do filme e até mesmo no meio do jantar com amigos. Estranho né?! Mas por que não é estranho fazer o mesmo com o celular?

Hoje pegamos o celular no meio de um jantar em família e “tá tudo bem”, mas se você pega um livro para ler, “nossa… que falta de educação”. Percebe o tamanho do absurdo?

E não estou falando aqui que devemos pegar um livro para ler na mesa enquanto todos comem, podemos fazer o trocadilho com qualquer outra coisa, como tirar sobrancelhas, por exemplo. Precisamos olhar para o quanto naturalizamos o celular na rotina ao ponto de nem perceber essas nuances, de que ninguém liga se você pegou o celular e parou de prestar atenção a tudo que está em sua volta.

A sociedade está cada vez mais dispersa, com dificuldade de manter a atenção em conteúdos que durem mais do que 1 minuto, ler um texto de 500 palavras? Nem pensar!

Como chegamos até aqui?

Tudo o que temos disponível no celular é pensado para que passemos mais tempo sem desgrudar dele. As redes sociais nos prendem, nos mantém lá para que o consumo de propaganda seja o maior possível. Onde já se viu dedicar tempo em uma atividade que não dá view na publi? É isso que acontece quando paramos para ler ao invés de gastar tempo nas redes sociais, você tem uma relação que é entre você e o livro, sem interferência de marcas no meio do caminho.

Até mesmo o mercado editorial, os instagrans literários e os booktubers podem estar cheio de marketing digital e propaganda de x ou y clube de assinatura, cupom de editora ou algo desse tipo, porém o ato de ler é único, é individual e rico, isento de toda essa euforia cibernética.

Já falei aqui antes sobre como quero sair das fast social media e me dedicar a consumir conteúdo slow, criado com empenho, estudo, um material quase artístico. Sei que muitas coisas acontecem justamente nesses locais instantâneos, mas sinto saudade de uma blogosfera que já não cabe mais nos dias em que tudo precisa ter menos de 1 minuto.

Descobri o prazer de ler o Medium na hora das refeições e agora meu celular fica apoiado enquanto leio experiências bem contadas, textos bem escritos e pensamentos de pessoas que gostam de escrever, embora eu tenha a sensação de ter chegado tarde demais à festa quando estou por lá, muitas páginas abandonadas e poucos conteúdos em português.

Desde o dia 1° de novembro deletei os aplicativos do Instagram e o do X Twitter (acho o máximo falar X Twitter pelo trocadilho, me deixem), voltarei a compartilhar momentos em textos despretensiosos, lentos e longos por aqui e nas horas vagas terei o meu kindle sempre em mão! Parece o meme da Bela Gil “você pode substituir a maminha por melancia”? Sim, pode parecer, mas vejam só que substituições maravilhosas!

Ninguém escreve ao coronel, de Gabriel García Márquez

“Ninguém escreve ao coronel” foi publicado em 1958 e é segundo livro de Gabriel García Marquez, autor mais conhecidos pelas obras “Cem anos de solidão” e “Amor nos tempos do cólera”.

Nesse livro nos deparamos com um cenário angustiante, um veterano de guerra aguarda a chegada de sua aposentadoria, mas a situação do país vai de encontro a qualquer resquicio de cumprimento desse direito. Sua esposa sofre de asma e sofre continuamente para arranjar o que colocar na mesa. A situação financeira do casal está a mingua, pois as últimas moedas que sobraram do filho que faleceu já foram gastas e agoram dependem de empréstimos e esperanças.

O galo de briga que foi herdado é um eterno ponto de discussão, pois ao mesmo tempo em que há a promessa de trazer muito dinheiro nas rinhas que ocorrerão em janeiro, até lá é uma despesa com que terão que arcar numa situação em que nem sequer eles têm o que comer, imagine só dar algo ao galo.

A narrava de Marquez nessa obra é bem sucinta, pega um tanto do espírito de economia que se vive na casa do coronel. Todas as sextas é sagrado que ele vá ao barco dos correios checar se a carta da sua aposentadoria chegou, sentindo-se humilhado, passou a disfarçar e dizer que não espera nada, o rapaz responde “ninguém escreve ao coronel” para sinalizar que não nem sinal da carta.

É duro para o coronel ter que vender os objetos que tem em casa, pedir por comida, uma vez que já esteve em alto escalão do exército, pelo documento mencionado no texto, o Tratanto de Neerlândia, deixa a entender que ele serviu na Guerra dos Mil Dias, conlito que durou entre 1899 e 1902, ele era um jovem de 20 anos nesse período e já esperava pela aposentadoria há mais de 50!!

Passando ainda pela Companhia Bananeira, por volta de 1928, onde os operários grevistas eram friamente mortos, e o período de grande violência após o assassinato do político colombiano Jorge Eliécer Gaitán, em 1948, percebe-se a dureza da situação do país, marcado por represões em que o jornal pouco ou nada informa e os folhetins clandestinos passam de bolso em bolso com as notícias políticas.

Nesta curta novela de Marquéz é possível mergulhar num contexto histórico da América do Sul, além de duras críticas à situação das famílias desse período e das personalidades mais distintas, como Dom Sabas, que é rico e influente na região, mas na hora de ajudar o coronel comprando o galo, logo baixa o preço do animal a menos da metade. Não há nesse livro nada em vão, cada frase é rica de sentido.

Foi uma leitura maravilhosa! Fiquei angustiada com a situação da família do coronel e também com o pobre galo que carregava tantas incertezas nas costas e ainda seria posto para brigar em rinhas. Senti curiosidade para pesquisar as referências históricas, o que é sempre muito eriquecedor para a leitura (fica aqui a sugestão de texto de apoio para possíveis futuras edições, rs).

On the road, de Jack Kerouac

“Eles eram exatamente como o homem melancólico da pedra que geme na masmorra, erguendo-se dos subterrâneos, os sórdidos hipsters da América, uma inovadora geração beat, com a qual eu estava me ligando lentamente. ” P. 78

On the road é um marco não apenas para a Literatura, mas para toda uma cultura beat. Seu valor sociocultural é inegável, porém essa leitura não funcionou para mim.

A história escrita por Kerouac vem para romper com o sistema a partir de jovens desiludidos, o desprendimento com as imposições sociais dos personagens compõe uma rebeldia que poderia ser muito inspiradora na juventude e talvez por isso não me encantou tanto, ao final fiquei com a sensação de ser um grupo de rapazes irresponsáveis que estou dispostos a qualquer coisa por aqueles ínfimos prazeres momentâneos. O protagonista Sal é um jovens introspectivo que deixa seu romance parado pelo meio para meter os pés na estrada com o intuito de encontrar o seu amigo Dean, que venera o sexo e toma a frente das viagens de maneira um tanto duvidosa, como: realizando furtos, se aproveitando de pessoas e até mesmo arriscando vidas com um carro danificado. A rebeldia do grupo de amigos é uma crítica aos valores sociais de família, trabalho, segurança e ao materialismo.

Pode ser que eu esteja sendo caxias? É uma opção a ser considerada, claro, mas pensa comigo… a premissa do livro é a história de amigos que viajam, uma obra precussora de movimentos culturais, o que eu poderia esperar? Viagens ricas culturalmente, reflexões críticas, coisas desse tipo, ao final só me deparei com noites de bebedeira até perder os sentidos, muitos comentários misóginos, as personagens femininas como mero objetos de cópula.

Algo que me surpreendeu positivamente foi que logo nas primeiras páginas desse volume da L&PM há um texto falando sobre a musicalidade da escrita de Jack Kerouac, não li o original, mas a tradução me passou um pouco dessa sensação de uma escrita bonita que traz em si a velocidade narrativa compatível aos acontecimentos na história.

Há durante a leitura alguns comentários bonitos sobre pequenas coisas da vida, mas são pontos perdidos diante das frenéticas viagens e da tentativa de conseguir o sobreviver até a próxima parada, contando moedas e fazendo bicos.

“Ficamos deitados de costas, olhando para o forro e refletindo sobre o que Deus deveria estar pensando quando fez a vida ser tão triste assim.” P. 81

Bloco de Três | Livros para sair das redes sociais

As redes sociais estão cada vez mais efêmeras. No começo dos anos 2000, quando começamos a usar internet para interagir com as pessoas em chats e escrever em blogs, tínhamos espaços para discussões em fóruns e em comunidades. Com o tempo esses espaços tornaram-se cada vez mais limitados em caracteres e em tempo.

A mídia texto perdeu espaço gradativamente, primeiro com o limite de caracteres do Twitter, depois abrindo espaço para a imagem no Instagram e ao vídeo no YouTube, este último já sofre por esse mal da “agilidade imposta” e precisou adaptar-se com vídeos curtos. O feed te induz a ser cada vez mais veloz, se você quer assistir mais de uma vez a um vídeo curto, a própria ferramenta te lembra como que passa para o próximo e de 10 em 10 segundos essas plataformas vêm roubando a nossa vida!

O fast social media me incomoda, acho o TikTok a rede social mais detestável de todas por trazer uma celeridade desnecessária que chega a adoecer as pessoas. A nossa sociedade, no geral, está ansiosa ou depressiva, e esses ambientes mais atrapalham do que ajudam as pessoas a encontrarem-se consigo mesmas.

Desde o começo de 2022 venho numa jornada de autodesenvolvimento, buscando tempo de qualidade, propósito de vida e um viver com significado. Essa é a contramão do que temos disponível hoje nessas mídias imediatistas e degradante, como conceito de Debord em A Civilização do Espetáculo, como já comentei AQUI.

Diante disso, li vários livros sobre como ter uma vida mais leve, mais significativa e, principalmente, como sobreviver sem redes sociais. Por isso, resolvi listar aqui três obras que me ajudaram nessa empreitada.

1 Minimalismo Digital, de Cal Newport (Amazon | Skoob | GoodReads)

Nesse livro o autor demonstra como o uso das redes sociais tem prejudicado a vida das pessoas e traz uma proposta de desintoxicação de Smartphone.

Visitar a si mesmo é essencial nesse processo, pois inicialmente sair desse turbilhão acelerado pode trazer uma sensação de vazio, então é muito importante que a pessoa conheça bem a si mesmo e procure alternativas para ocupar o seu tempo “livre das redes” de maneira significativa. O autor propõe que esse tempo seja investido em atividades que trazem certo desenvolvimento pessoal, como aprender algo novo, cultivar plantas, praticar um esporte, ou seja, que te acrescentem e tragam uma sensação de prazer e bem-estar (Não é nada fácil vencer a dopamina imediata do feed, não é mesmo?! Precisamos ter recompensas prazerosas nesse processo também!). Embora isso pareça algo extremista e bata aquele medo de estar por fora dos acontecimentos (o tal do FOMO), o autor sugere que a nossa interação com as mídias lentas seja fortalecida.

Que tal ler um jornal e não a chamada que está em uma imagem do instagram? Que tal assistir a um vídeo de 30 minutos sobre um assunto que você tem interesse ou até mesmo um documentário completo? Abrace os conteúdos produzidos com esmero e profundidade.

2 Dez argumentos para você deletar agora as suas redes sociais, de Jaron Lanier (Amazon | Skoob | GoodReads)

Esse livro ganhou grande visibilidade com a estreia do documentário O Dilema das Redes, na Netflix. Jaron é um cientista da computação que trabalha com realidade virtual desde a década de 80, ou seja, ele tem muita experiência na área e, olhe só… ele não tem nenhuma rede social justamente por entender da manipulação que é feita nos usuários. O termo usuário, por sinal, faz referência a usuário de drogas, não somos clientes das redes, somos dependentes da dopamina gerada pelo feed e pelas curtidas.

Facilmente você consegue encontrar na internet a lista dos 10 argumentos debatidos desse livro, mesmo assim vale a leitura para aprofundar sobre cada um dos tópicos em questão.

A primeira indicação dessa lista traz uma proposta de desintoxicação, com planejamento do que você pode fazer para trazer mais significado ao empregar de maneira consciente o seu tempo. Esse livro de Jaron é mais abrupto, ele traz a realidade suja por traz das redes, chegando até a ser um pouco aterrorizante como foi O Dilema das Redes, pois mostra como as grandes empresas usam os nossos dados para manipular o que vemos e consequentemente o que desejamos, passamos a sentir a “necessidade” de comprar coisas que nem queremos e muito menos precisamos.

3 Nação dopamina, de Anna Lembke (Amazon | Skoob | GoodReads)

Esse livro não fala diretamente sobre redes sociais, mas sobre o nosso vício em dopamina, que está claramente ligado ao uso do celular e as recompensas imediatas. A reflexão trazida pela autora conversa diretamente com o Minimalismo Digital, primeiro livro citado aqui, pois nos sabotando muito ao buscar preencher espaços da nossa vida que precisam estar vazios, “Talvez o motivo de estarmos tão infelizes seja porque estamos dando duro para evitar sermos infelizes“.

O nosso organismo procura sempre entrar em homeostase, que de maneira compensatória gera estímulos contrários ao que foram estimulados em excesso. Se geramos dopamina a rolar o feed, automaticamente o seu cérebro precisará dar um ‘down’ para entrar em equilíbrio, e o que fazemos? Achamos que precisamos de mais dopamina para um ‘up’. E nessa entramos num ciclo vicioso de sentimentos ruins e nos contentando com um pouco de satisfação pueril.

A autora traz a proposta do Mindfulness como solução para se observar e aprender a ser mais consciente com nossas escolhas e atitudes. Dessa forma, podemos nos conhecer melhor e perceber o que realmente funciona para lidar com certos vícios.

Você já parou para observar o seu comportamento com relação às redes sociais? Já tentou se afastar desse ambiente em algum momento? Quais livros, documentários ou posts você indica para quem quer se afastar cada vez mais da fast social media?

Visitei | Exposição Van Gogh Live 8k

A exposição Van Gogh é uma experiência imersiva nas obras do pintor holanês que está percorrendo o país de forma itinerante. Com estreia no Rio de Janeiro e estadia de março a junho em Fortaleza, aproveitei uma data próxima ao dia do aniversário de Vincent para visitar o local.

Tentei concluir a biografia do Van Gogh a tempo, mas não consegui. Estava em quase 50% de leitura no Kindle, o dia da visita chegou, rs.

A exposição conta com duas salas temáticas, uma da amendoeira e outra dos girassóis, com sensações visuais e olfativas. Há o salão com a história de Vincent, uma com o autoretrato vivo e ao final a sala em 8k narrada pela Fernanda Montenegro.

Gostei de ter visitado a exposição, a parte inicial da biografia não foi nenhuma novidade, uma vez que eu já tinha lido parte do livro, mas foi emocionante ver as obras expostas, tornou minha leitura mais palpável.

A sala final com narração da Fernanda Montenegro e músicas de Debussy, Ravel, Bach, Pink Floyd, dentre outros traz reflexões sobre cada momento das obras de Vincent, sua relação com as pessoas próximas e a característica singular de seus traços.

“Van Gogh foi o maior de todos. Uma vez peguei um trem de Paris a Amsterdam depois de ver uma obra sua. Quis ir até a Holanda para conhecer mais e, quando vi o conjunto de sua arte, me emocionei enormemente. Van Gogh será contemporâneo daqui a 500 anos e, com a sua dimensão, não haverá ninguém” Fernanda Montenegro

Ao percorrer a grandiosidade das obras de Vincent, percebi o quão triste foi a falta de reconhecimento de suas criações quando ele ainda estava vivo. O pintor só ganhou destaque nas galerias após sua morte, quando a cunhada Joanna, esposa de Theo, montou uma exposição em retrospectiva à vida do artista.

É uma experiência única, para quem tem interesse em conhecer a vida e a obra de Van Gogh para além de textos e imagens na internet, você pode checar os dias e horários que a exposição estará na sua cidade, visite o site da Eventim.

Esther Greenwood, Gordon Comstock e eu

Por volta de 2010, quando assisti à Sylvia, paixão além das palavras no cine Freud (projeto do curso de Psicologia que eu acompanhava quando cursava Letras na UFC) chorei copiosamente por horas, simplesmente não conseguia parar. Lembro de percorrer as ruas do bairro universitário desolada, nem conseguia explicar o que eu estava sentindo e hoje já nem lembro o que tocou tanto.

Desde então considerei Sylvia uma autora inalcançável para mim, uma leitura que poderia me desestabilizar. Claro, suposições, uma vez que não me permiti experimentar seus escritos até então. Durante uma reflexão de meio de ano percebi que não tinha lido nem um único livro ficção nesse ano, apesar de já ter concluído mais de 30 títulos. Por alguma razão aproveitei que A redoma de vidro estava no Kindle e iniciei a leitura.

Logo nos primeiros capítulos percebi que Esther Greenwood não estava bem consigo mesmo, absorvia muito das amizades ao seu redor e se sentia uma farsa por conseguir excelentes notas em tudo, mas não se sentir boa em absolutamente nada. Notas boas em física e ao mesmo tempo bolsista numa revista. Esther se daria bem em qualquer área que escolhesse por causa de sua dedicação, mesmo que detestasse aquilo que estava fazendo.

Faltando apenas um ano para se formar na faculdade, viu-se num dilema sobre qual emprego teria, pois escolheu um curso sem muita perspectiva mercadológica e o que poderia dar dinheiro, não lhe interessa. Renunciou a cursos mais técnicos e não conseguiu entrar para o curso de escrita criativa que era o seu sonho. Ao voltar para casa durante as férias da faculdade, o choque de realidade de uma vida comum fora da academia a apavorou, as palavras fugiam por entre seus dedos. As inúmeras possibilidades a sua frente e a dificuldade de escolher apenas um caminho tornou-se um fardo pesado demais.

Imaginei que estava sentada embaixo da figueira, morrendo de fome por não decidir que figo escolher. Queria todos, mas, escolhendo um, não podia pegar os outros e, enquanto ficava sentada ali, incapaz de resolver, os figos começaram a amadurecer, apodrecer e cair aos meus pés.

Nesse aspecto, identifiquei-me muito com Esther, bem mais do que eu gostaria. Minha vida acadêmica é uma complicação, desisti do curso que sempre sonhei, Letras, concluí duas faculdades mais técnicas que me possibilitariam um emprego mais bem remunerado, mas acabei não atuando na área por me sentir péssima realizando atividades tão mecânicas. Ao final das contas parei numa terceira faculdade também voltada para o mercado de trabalho, mas com uma pegada mais analítica, que me permite pensar e criar.

Sempre há um dilema enorme em nossas escolhas. Sou apaixonada pelas palavras (leitura e escrita) e pela natureza, eu poderia ter feito jornalismo ou biologia, trabalharia com uma dessas minhas paixões, mas me pergunto se trabalhar com isso, ou seja, ter a minha renda dependente disso me traria prazer ou se essa obrigação tiraria todo o brilho desses hobbies.

Não é incomum reconhecer-se na protagonista, há muitas Esthers no mundo, pessoas que que se dariam bem em qualquer coisa, mas não conseguem se decidir por nada diante da profusão de possibilidades e da cobrança social.

A geração anterior a minha escolhia a carreira de acordo com o primeiro emprego que conseguisse, construíam seguia trabalhando naquela área e pronto. O trabalho era tido como fonte de renda apenas, não de satisfação, a rotina se baseava em ir ao emprego, realizar as atividades que lhe forneceriam um salário ao final do mês e quando chegasse em casa faria o que gostava de fazer. Hoje pensamos de forma distinta, precisamos nos sentir motivados no trabalho, fazer aquilo que amamos…. Será mesmo que precisamos?

Gordon Comstock, em A flor da Inglaterra, trabalhava para conseguir o básico para sua sobrevivência, de maneira que a rotina não o privasse do prazer de criar poemas, fugia de todo e qualquer trabalho que pudesse minar o seu ócio criativo. Essa escolha não foi arbitrária, nem apologia à pobreza ou qualquer coisa assim, em determinado momento de sua vida, ele aceitou uma promoção para ganhar mais, mas o emprego passou a sugá-lo de forma que não tinha mais cabeça para produzir seus poemas, para fazer o que movia a sua alma.

Muitas vezes consideramos o trabalho como o centro de nossas vidas, algo que traga sentido para nossa existência, mas talvez esse sopro vital esteja nos momentos simples do nosso dia a dia, como aproveitar uma caminhada, criar um poema, tocar uma música, assistir a um filme com alguém especial… O trabalho é responsável por nos proporcionar a possibilidade de realizar essas pequenas preciosidades, é uma parte do meio, não o fim em si para alcançar a satisfação.

Ninguém sofre grandes privações com um salário de duas libras por semana, e se sofre, elas não são importantes. É na mente e na alma que a falta de dinheiro prejudica as pessoas.

E então, para ser mais pragmática e sair um pouco dos exemplos ficcionais, em A psicologia financeira, Morgan Housel demonstra que a economia pessoal é muito mais sobre psicologia do que sobre dinheiro em si. É comum que as pessoas passem a gastar mais quando ganham mais, o padrão de vida acaba avançando, nunca deixando margem para um respiro, uma poupança por exemplo.

Assim como Gordon pontua que é na mente e na alma que o dinheiro toca, muitas vezes sentimos falta de ter mais, de precisar de mais, quando a nossa métrica está alta demais. As redes sociais atualmente representam o principal ponto de comparações entre as pessoas, o lugar onde nos sentimos mal por não ter isso, por não fazer aquilo, etc. Daí surgem diversos vazios, necessidades ilusórias… Será que precisamos mesmo de uma garrafa que custa mais de duzentos reais ou é pela modinha? Percebe para onde estamos indo?!

Amo ler, escrever e cuidar de plantas e esses são os meus hobbies proporcionados pelo dinheiro que ganhei no trabalho. Atualmente sou analista de dados e gosto do que faço, mesmo que não envolva literatura ou plantinhas e tá tudo bem, eu posso fazer essas coisinhas que movem o meu ser em qualquer outro momento da minha semana e talvez haja dias em que eu só queira andar de bicicleta ou fazer vários nadas.

Precisamos aprender a valorizar o que nos faz bem e reservar um tempo para isso. O trabalho não é o nosso lazer, claro que ganhar dinheiro fazendo algo que gostamos é maravilhoso, mas precisamos desse momento de pausa para realizar projetos pessoais e fazer atividades banais… Precisamos viver.

P.S.: Se você é daquelas pessoas que sabia com o que queria trabalhar desde a infância e/ou ganha dinheiro com o seu hobby, parabéns, não consigo nem imaginar o quão espetacular isso seja, mas estou falando apenas de Esthers, eu não conseguiria nem cogitar como é conciliar isso, então não estou falando de vocês, ok?! :*

A Canção de Aquiles, de Madeline Miller

Estava numa vibe de ler textos e obras que envolvessem a Mitologia Grega devido ao Estudo Perene. Enquanto lia Odisseia, me deparei com a personagem Circe, que transformava homens em porcos, e pouco tempo depois descobri que existia um livro contemporâneo sobre ela. Claro, corri para lê-lo e foi um dos melhores livros que já li na vida, a autora mesclava vários deuses de forma tão sutil que só me animou ainda mais para ler obras que envolvessem a Mitologia.

Na sequência, peguei o A história secreta, da Donna Tartt, e me desanimei um pouco, aquele Iluminismo tóxico da academia que menospreza e massacra me deixou meio down para o tema.

Até que tive a oportunidade de ler outro livro da mesma autora de Circe, A Canção de Aquiles. Seria a minha rendição para retomar o tema com os olhos apaixonados?! Bem que eu queria que tivesse sido.

Neste livro, Madeline Miller se propõe a nos contar uma outra versão da Ilíada, dessa vez sob a perspectiva de Pátroclo, que em sua narrativa é amante de Aquiles. Sabemos que na história original eles são amigos diletos, ou seja, melhores amigos, quase irmãos, mas tudo bem, estava aberta à proposta da autora.

Acompanhamos, então, a infância, adolescência, guerra e morte de Pátroclo (isso não é um spoiler, Ilíada é um dos primeiros livros escritos da História do Ocidente, então convenhamos, não é mesmo?!), como um romance LGBT+, a autora traz as primeiras descobertas amorosas e sexuais do jovem, porém a caracterização do protagonista me deixou com um pé atrás, pois Pátroclo é um guerreiro atuante na Guerra de Troia, mas Madeline o tornou tão sensível e sentimental que ele mal consegue usar uma lança.

Esse detalhe começou a me incomodar ao longo da leitura, Tétis e Briseida são outras personagens que se descaracterizaram bastante sob seu olhar, talvez tenha sido a forma que a autora encontrou de fazer o romance principal da história fluir.

Confesso que tantas mudanças na essência dos personagens me desagradaram, além de que a inserção dos personagens, que foram tão maravilhosas em Circe, soaram um pouco truncadas e lentas, em vários momentos parei para ver quantas páginas faltavam para acabar os capítulos (sinal claro de enfado durante a leitura).

Para quem não se incomoda tanto com a descaracterização de personagens clássicos, esse livro pode ser uma boa leitura de entretenimento e até mesmo para conhecer alguns deuses da Mitologia Grega, mas se você precisar escolher, sugiro que opte por Circe.