FERRANTE, Elena. A vida mentirosa dos adultos. Rio de janeiro: Intrínseca, 2020. 432p.
Giovanna é uma criança de 12 anos que até então tinha os pais como seus heróis, mas depois de ela ter resultados ruins na escola, Andrea, seu pai, fala que ela está ficando igual a tia Vittória.
Vittória é a irmã do pai de Giovanna, uma mulher forte e batalhadora que sempre viveu em atrito com o irmão, o que resultou em um completo isolamento por parte de Andrea.
Esse simples comentário desperta na jovem uma vontade de conhecer a tia, mesmo que a contra gosto dos pais. Ela, então, vai conhecer a vida no subúrbio de Nápoles e começa, então, suas descobertas sobre a família e sobre a humanidade.
O contraste dos meios intelectuais que sempre teve contato com os palavreados chulos do bairro da tia despertam em Giovanna uma liberdade de transitar entre essas duas realidades. Por hora valoriza um e por vezes enaltece o outro.
A autora traz, ainda, várias reflexões sobre o papel feminino na sociedade, como quando o pai de Giovanna estuda desde o momento que acorda até a hora de dormir e consegue publicar em revistas seus artigos, enquanto que a mãe precisa preparar o café e arrumar a casa nesse período e seu emprego é corrigir romances açucarados em casa. Talvez pela falta de tempo e não de competência para também ser professora e escritora conceituada.
Os relacionamentos de Giovanna também despertam a questão feminina, desde sua relação com as amigas a seus namoricos, onde quando ela se envolve com Corrado, é algo puramente sexual e ele a tem como propriedade, ao perceber isso, Giovanna faz questão de se engraçar com o melhor amigo dele para mostrar que ela não é um objeto que tem dono.
Giovanna faz o que deseja, conhece a tia que o pai não gosta, viaja para Milão, se relaciona fora dos padrões. Ela é um modelo de rompimento com o que se espera.
Este é um romance de formação em que a partir de suas vivências, Giovanna se descobre e se desenvolve ao passar dos anos.
Elena Ferrante é conhecida principalmente por sua tetralogia Napolitana, que começa com o livro A amiga genial. A autora italiana sempre traz à tona a realidade violenta de Nápoles e uma de suas principais características é a narrativa que enfeitiça o leitor de maneira ímpar. Ferrante tem uma escolha curiosa, mesmo diante do enorme sucesso de seus livros, optou pelo anonimato, ninguém sabe quem é Elena Ferrante (pode ser uma pessoa ou apenas um pseudônimo).
SÉRIO QUE NÃO SABEMOS QUE É A AUTORA?
Que interessante
Eu gostei da forma como você fez o vídeo com duas cÂmeras e falou com cada uma delas
Sobre a obra, eu sempre tenh curiosidade, mas nunca sei por qual começar, da autora
Não sabia desse clima violento de Nápoles, mas achei interessante a Giovanna derrubando os forninhos de todo mundo kkkkk
Faz tempo que não leio um romance de formação, acho que me arriscaria!
Bjs!
Pâm
Blog Interrupted Dreamer
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