
Ontem concluí a leitura de “Contos de amor, de loucura e de morte”, do escritor uruguaio Horacio Quiroga (a quem meu cérebro insistentemente só o chama de Quigora, vai entender…), que foi publicado originalmente em 1916.
Quiroga (1879-1937) escreveu em torno de 170 contos e teve sua vida marcada por tragédias, como: a morte do pai e do melhor amigo, o suicídio do padrasto, da esposa, de seus três filhos e a descoberta de um câncer gástrico. A Editora L&PM publicou em seu site um cronograma sobre os marcos da vida do autor.
Como o próprio título sugere, “Contos de amor, de loucura e de morte” reúne 15 contos com essas temáticas que são, para mim, tão próximas. As estórias de Quiroga são marcadas pelo grotesco, com a morte sempre circundando, e pelos finais bruscos que roubam o fôlego do leitor.
O conto A galinha degolada é o texto mais famoso do autor e não é por menos. Ao terminar de lê-lo fiquei alguns minutos contemplando o nada e imaginando o desespero daquela cena final. Simplesmente fantástico! As estórias com protagonistas animais também mexeram comigo, não esqueço mais do pobre Yaguaí. Há, ainda, contos interioranos com a mata em pano de fundo e aquele linguajar mais simples dos matutos.
Quando peguei esse livro para ler, não sabia o que esperar dele, havia notado que seria uma leitura rápida por causa do tamanho dos contos, mas me surpreendi. As viradas de cena e as emoções ali transmitidas são singulares. Com certeza Quiroga ganhou um lugar especial na minha estante.